Seria o Gênesis um relato histórico das origens? Muitos entendem que não, que ali teríamos apenas uma alegoria similar a outras narrativas mitológicas do antigo Oriente Médio. Chegam a sugerir que “devemos cortar esses capítulos fora de qualquer evento especificamente histórico”. Autores clássicos como Teilhard de Chardin chegaram a supor que Adão seria o primeiro exemplar do homo sapiens ou de uma raça espiritual que se seguiu à cadeia evolutiva. O grande problema com esse tipo de abordagem é que seus proponentes se esquecem que a doutrina de Cristo está edificada sobre o conteúdo do Antigo Testamento, que, por sua vez, se apoia inteiramente sobre o relato do Gênesis. Ora, se a história do Éden não aconteceu de fato, então não houve a “queda de Adão” e a humanidade não se encontra contaminada por nenhum tipo de “pecado original”. Logo, não existe nenhuma transgressão da qual necessitássemos ser redimidos e a morte expiatória de Cristo não passa, na melhor das hipóteses, de um martírio sem significado.